Líderes em segurança.
- Eduardo Machado Homem

 - 7 de fev. de 2022
 - 2 min de leitura
 
A vida transborda de exemplos sobre como devemos trabalhar para  conscientizar a liderança e o que acontece quando fazemos errado por não  prestar atenção nesses exemplos.   
Para ensinar uma criança a comer salada, não coloque uma dúzia de  folhas de alface, várias fatias de tomate e inúmeras rodelas de cenoura  no prato. A criança vai torcer o nariz, trancar a boca e se insistir, a  criança vai se irritar. Faça-a experimentar um pedaço de uma pequena  folha de alface, um pedacinho de tomate e meia rodela de cenoura  temperadas na medida certa. Ela vai se sentir bem porque conseguiu  comer, você conseguiu transpor a barreira e, agora, é só aumentar as  quantidades aos pouquinhos. Mas tem que comer salada todo dia. E se  você, adulto, não gosta de salada, fica a dica. É um hábito.   
Se você deseja correr uma maratona, mas não tem o hábito da corrida  na sua vida, comece caminhando, depois de 1 mês intercale 1 minuto de  corrida com 10 minutos de caminhada, mais tarde aumente o tempo de  corrida e diminua o tempo de caminhada, sempre aos poucos. Se resolver  sair correndo 5 quilômetros no primeiro dia, você vai fracassar, sentir  dores nas articulações, nos músculos e no baço, vai achar que está  morrendo por falta de ar e pode se machucar. Também é um hábito.   
Não tente fazer uma virada na cultura de segurança em um ano. Vá aos poucos.   
Comece entregando a responsabilidade de fazer um DDS por mês para o  líder. Provavelmente, os primeiros serão bem ruins, mas você vai  elogiar, mesmo assim. Depois de 3 meses, aumente para 2 vezes por mês,  até chegar ao ponto de o líder fazer um DDS por semana na área  operacional.   
Quando o DDS estiver razoável, entre num acordo com o líder para ele  fazer uma inspeção de segurança por mês com o técnico de segurança. No  começo ele será um mero espectador, mas você dirá que a inspeção foi  feita em conjunto. O dia em que o líder observar uma condição insegura,  reconheça publicamente.   
Quando as inspeções estiverem ocorrendo bem, já será possível pedir  para o líder começar a fazer as permissões de trabalho e análise de  risco das atividades junto com o técnico de segurança. Você irá  treiná-lo e, no início, ele só vai assinar e ficará mudo durante todo o  processo. Com o tempo, ele vai começar a dar sugestões e depois de 1 ou 2  anos, talvez ele esteja fazendo as liberações e análises de riscos  sozinho.   
Não precisa seguir, exatamente, esse roteiro, mas siga essa  estratégia de conscientização. Inclua, aos poucos, a organização da  SIPAT, a participação na CIPA, revisão de procedimentos de segurança,  palestras, treinamentos etc.   
Em 2 ou 3 anos, você dirá que, na sua empresa, os líderes fazem DDS, inspeção de segurança, liberam permissão de trabalho, organizam a SIPAT e lideram a CIPA. E todos perguntarão: como você conseguiu? Você vai responder: aos poucos! #segurançadotrabalho #culturadesegurança #liderança



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