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Como iniciar o Gerenciamento de Risco na sua empresa.

Atualizado: 8 de out. de 2020

De uma forma ou de outra, somos todos especialistas em gerenciamento de risco. Quando você quer atravessar a rua, procura uma faixa de pedestre num ponto em que há um semáforo e espera o sinal vermelho para os carros. Mesmo assim, antes de atravessar, olha para ver se os carros irão parar. Se você for ansioso e achar que andar 50 metros até a faixa é perda de tempo, você olhará para os lados e apertará o passo para atravessar.


Seu objetivo é atravessar a rua e chegar ao outro lado. Isso é a atividade. O risco é ser atropelado. Isso é identificação de risco. Seu risco pode ser maior ou menor se você escolher a faixa de pedestre ou não. Isso é análise. Apertar o passo, esperar o sinal vermelho, usar a faixa de pedestre e esperar o carro parar são formas de minimizar o risco. Isso tudo é controle de risco. Finalmente, existem controles mais eficientes que outros e a escolha dependerá de você e dos recursos (tempo, por exemplo) que você poderá usar.


Você pode se aprofundar no tema “gestão de risco” estudando a norma ISO 31000 e incluir na sua análise aspectos relacionados a operações financeiras, riscos de logística e outros para ampliar a abrangência. Nesse artigo, abordarei apenas a área de SSMA para iniciar uma análise e gerenciamento de risco.


Vamos pegar o exemplo de uma padaria. A padaria possui diversos processos, como:

- Receber material;

- Estocagem;

- Fabricação;

- Abastecer vitrine;

- Cortar frios e embutidos e etc.


Dentro de cada processo, teremos diversas atividades. Vamos pegar o exemplo de “Fabricação”. As atividades, então, seriam:

- Fazer pão;

- Fazer torta;

- Fazer salgados e etc.


Dentro de cada atividade, identificaremos algumas etapas, ou seja, a receita para “Fazer pão”, por exemplo. Primeiro, devemos conversar com o padeiro para entender como ele faz o pão. Nesse momento, apontaremos alguns riscos. Irritação da pele e vias respiratórias pela exposição à matéria-prima em pó, ergonômicos em função da força para manusear sacarias e ficar muito tempo em pé e outros. Em seguida, devemos observar o padeiro fazendo o pão. Nesse segundo momento, muitos riscos não percebidos na conversa aparecerão. E aqui, use os recursos da tecnologia. Tire foto, filme e simule situações adversas. No final, converse com o padeiro para saber se há algum risco que não foi relatado.


Agora, avalie os riscos. Para cada risco, existe um potencial de dano (pessoal ou material) e uma probabilidade de ocorrer. O potencial de dano não é difícil de avaliar, pode ser o dano de um equipamento, perda de material, um corte na mão ou uma amputação de dedos. A definição da probabilidade de ocorrer o dano é um pouco mais complicada. Use o histórico de acidentes e perdas na atividade, use a experiência do executor da atividade, a habilidade, avalie a frequência com que a atividade é feita e sempre use o bom senso. Com o potencial de perda e a probabilidade, você terá o nível de risco quando usar uma matriz de risco de dano versus probabilidade.



Agora é hora de definir os controles. Não vale colocar “prestar atenção”, DDS, “tomar cuidado”, “fazer devagar” e outras coisas genéricas e sem garantias. Coloque treinamentos, epi´s, proteções de máquinas, sensores, pausas de repouso, automações e etc. Lembre que os controles de engenharia são os mais eficientes. Controles baseados no comportamento humano são importantes, mas possuem um grau de incerteza complexo.


Colocando toda essa informação numa planilha como abaixo, teremos uma planilha de análise e gerenciamento de risco inicial. Para fazer uma planilha mais completa e aderente a normas internacionais de segurança e meio ambiente, acrescente colunas como a de “Perigo”, “Aspectos” e “Impactos Ambientais”, uma coluna para detalhamento da atividade e outras como para identificação de situação de emergência, por exemplo.


Mais um ponto relevante é a análise do nível de risco com a atividade sendo realizada como se os controles não estivessem sendo usados (risco potencial) e com todos os controles em operação (risco real). O risco real deve ser menor ou igual ao potencial.


No final, conecte toda essa informação com os objetivos e metas da organização. Por exemplo, pode ser definida uma meta de não ter risco potencial de alto nível até 2018. Muitas outras metas e objetivos podem ser pensados quando a planilha estiver pronta.


Ainda não é o estado da arte da análise e gerenciamento do risco e o assunto não foi esgotado. Mas, se você começar a fazer o descrito acima na sua organização, um grande passo já terá sido dado. O próximo é fazer a análise de risco de cada tarefa, individualmente.


Com o aprendizado contínuo, outras melhorias e necessidades serão percebidas como, por exemplo, a implementação de um padrão de bloqueio de energias perigosas, a revisão de procedimentos e outros.


Um abraço,


Eduardo Machado Homem.


 
 
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