
A integridade e excelência na atuação do líder em segurança é adquirida pelo hábito através da repetição de ações e esse líder não pode criar um hábito contrário à sua própria natureza. Quando eu menciono a natureza de um líder, não estou falando do seu caráter ou das suas intenções, mas da sua capacidade de inspirar, de comunicar, da capacidade de compreensão das próprias emoções e dos outros, da confiança em si e nos outros, da sua capacidade de adaptação e da delegação de atividades e responsabilidades.
Sendo assim, é necessário darmos atenção aos atos que o líder pratica, pois da repetição destes atos virão seus hábitos.
Que tipo de atitudes, atos e ações nós gostaríamos que o líder tenha em relação à segurança do trabalho?
Fazer um DDS genuíno e de forma autêntica sem parecer que está ali apenas para cumprir uma obrigação.
Andar pela área operacional percebendo riscos e exigindo controles com a mesma intensidade e agilidade com que percebe e trata situações de desperdício de material, dinheiro e tempo.
Se dedicar a uma análise de risco com a mesma atenção, severidade e exigência com que ele cuida da entrega da produção.
Participar de uma reunião da CIPA com o mesmo empenho que ele participa de uma reunião com a Diretoria para mostrar o resultado financeiro da sua área.
Se indignar com indicadores de segurança que demonstrem baixa performance com a mesma intensidade que ele fica indignado quando a produção do dia não é atingida.
Garantir que sua equipe esteja presente nos treinamentos de segurança e no horário combinado com a mesma disciplina que ele dedica para garantir que a produção comece no horário combinado com a manutenção.
Cuidar dos equipamentos de proteção coletiva, das proteções de máquina, de dispositivos de controle de riscos e das condições físicas da área e dos equipamentos com o mesmo zelo que ele cuida do próprio carro.
A lista é grande e muito mais poderia ser adicionado. E como diz a sabedoria popular, vamos começar pelo começo, mas vamos devagar porque o santo é de barro.
O líder não aprenderá estas novas atitudes e nem incorporará estas ações à sua rotina sem que alguém o ensine. E antes disso, é preciso despertar no líder a vontade de fazer ou por uma obrigação top-down ou por uma iniciativa pessoal gerada por um contexto organizacional favorável.
A obrigação, geralmente acontece em função de um diretor que exige determinados comportamentos e atitudes de seus liderados. A segunda opção é melhor e mais sustentável, afinal se for por obrigação, a vontade vai se extinguir assim que a obrigação acabar, isto é, assim que o diretor exigente for embora.
A criação de um ambiente organizacional favorável às atitudes desejadas em relação à segurança tem que começar pelo básico, fácil e simples. Não se trata de achar que uma andorinha sozinha fará o verão ou de que uma flor perfumada faz a primavera.
Pense no simples. Campanhas de comunicação que usem WhatsApp com mensagens, por exemplo. Aplicativos como o ChatGPT ou o Gemini podem fazer textos simples, pequenos e objetivos sobre temas relacionados à segurança e focados no público da liderança.
Você também pode fazer uma inspeção de segurança por mês com cada líder. Você pode achar que uma inspeção mensal por líder é pouco e, de fato, é. Mas se você comparar com o fato dele nunca ter feito inspeções antes, já é uma grande evolução.
Independente do que escolher fazer, pense simples e combine tudo antes, pessoalmente.
Nada de definir compromissos por e-mail ou mensagem eletrônica.
Não seja muito ganancioso ou ansioso com a evolução dos líderes em segurança. Na natureza, o crescimento é devagar. O que vai muito rápido na natureza está anabolizado ou é tragédia.
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