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Cultura de segurança: "como fazemos"​ ou "como dizemos que fazemos"​?

Foto do escritor: Eduardo Machado HomemEduardo Machado Homem

Antes de tentar entender a cultura de segurança é preciso saber o que significa CULTURA.

A definição mais apropriada, na minha opinião, trata a CULTURA como expressão dos comportamentos, tradições e conhecimentos de um determinado grupo social, incluindo o seu vocabulário, sua comunicação, rituais e costumes locais, riscos típicos operacionais, entre inúmeros outros aspectos.

A CULTURA local acolhe e compartilha entre seus membros uma série de símbolos, significados e valores formados a partir de ações, palavras e pensamentos.

A etimologia da palavra CULTURA vem do latim colere que significa cuidar, cultivar e crescer. Portanto, nada mais apropriado do que falar de Cultura de Segurança, ou seja, cuidar, cultivar e crescer a segurança dentro e fora das pessoas.

Ainda assim, é um equívoco assumir que todos as pessoas dentro de uma organização possuirão os mesmos comportamentos, atitudes e pensamentos esperados daquele meio social, a organização em que trabalham. Cada área pode possuir uma cultura específica com diferentes comportamentos e atitudes e isso não é um problema.

Entendido, minimamente, o que significa CULTURA, quando associamos ao conceito o tema segurança, espera-se observar uma série de comportamentos, atitudes, símbolos e outros aspectos que reproduzirão a cultura de segurança local.

Note que é importante dedicar especial atenção ao fato que falamos daquilo que observamos, ou seja, comportamentos observados, atitudes observadas, símbolos observados e assim por diante. Além disso, não é possível observar com um olhar crítico e analítico aquilo que não se conhece ou que nunca tenha sido experenciado profundamente. Você tem que ter vivido para conhecer e, no futuro, poder reconhecer.

Portanto, diagnóstico de cultura de segurança não se faz apenas entrevistando líderes e fazendo grupos focais. Diagnóstico de cultura de segurança é feito, também e principalmente, através da observação crítica e analítica da realidade operacional e de gestão da organização. Para isso, é preciso colocar os EPIs e ir para a área operacional ver como as coisas acontecem de fato. E não é dar uma volta pela área ou fazer um tour. Tem que andar muito e conversar mais ainda com as pessoas. Ao observar e conversar com as pessoas, seu objetivo não pode ser fazer as pessoas se emocionarem com perguntas sobre filhos, acidentes e temas apelativos, mas estimular com que falem daquilo que pensam e fazem sobre suas tarefas, atividades e rotinas.

Uma outra boa definição de cultura diz que é sobre “como fazemos as coisas por aqui”. Não é “como dizemos que fazemos”.

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