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A Jornada da Segurança: Um Caminho de Diálogo, Negociação e Persuasão.

Foto do escritor: Eduardo Machado HomemEduardo Machado Homem
Dois trabalhadores caminhando na área operacional e os dizeres "a jornada da segurança: um caminho de diálogo, negociação e persuasão.

O desafio mais difícil de um profissional de segurança é trazer para o seu lado cada vez mais aliados que o ajudem a alavancar a cultura de segurança trazendo ainda mais pessoas para trabalhar por essa causa ou jornada.


O que torna esse desafio tão complexo é o fato de termos dificuldade de dialogar com aqueles que pensam diferente de nós, independente do tema e de quem esteja com a razão. Olhando para o nosso processo político e eleitoral isso fica ainda mais claro. Há uma máxima na política que diz que nenhum candidato se elege somente com os votos daqueles que o apoiam genuinamente, ou seja, em algum momento o candidato precisa conversar com aqueles que não estão plenamente alinhados com sua ideologia e aceitar que terá que ceder.


O conceito de que entramos em uma conversa com quem pensa diferente para evoluirmos o pensamento e, eventualmente, rever nossas posições não é completamente verdadeiro.


Na maior parte das vezes, entramos em uma discussão para convencer o outro da nossa opinião e, às vezes, aceitamos o consenso e cedemos quando percebemos que não temos chance de êxito. Obviamente que isso não é uma verdade absoluta, mas ainda assim está tão presente que o desenvolvimento da Escuta Ativa se torna essencial.


A gestão de segurança não é sempre determinante para o desempenho operacional, tanto para alavancar quanto para prejudicar. Isso quer dizer que é possível ter uma alta produtividade com qualidade e baixo custo, sem segurança. Portanto, dizer que implementar práticas de segurança irá melhorar produtividade, aumentar a qualidade dos processos ou reduzir custos não é, necessariamente, verdade. O que podemos afirmar com absoluta confiança é que a gestão de segurança pode e deve conviver de maneira harmoniosa com qualquer outro indicador de desempenho. Esta, sim, é uma verdade que pode ser defendida.


A razão que me faz expor esses pensamentos é o fato de aplicarmos o conceito do utilitarismo na gestão de segurança. Atualmente, o utilitarismo no meio corporativo nos faz justificar qualquer ação ou decisão em função da capacidade de maximizar lucros e valores para os acionistas através de um desempenho operacional superior.


O problema dessa abordagem utilitarista emerge quando a gestão de segurança “parece” não contribuir satisfatoriamente com o desempenho operacional e isso pode acontecer. Não estou afirmando que vai, mas que é possível.


Logo, é importante que profissionais de segurança sejam capazes de conversar de maneira adulta e profissional com líderes e outros profissionais que não acreditam na gestão de segurança como algo importante por si só, isto é, conseguir entender como negociar seus objetivos e quando ceder para que a evolução da cultura de segurança aconteça.


A cultura de segurança evoluirá a partir da conquista de novos adeptos, da conquista de mais seguidores para a jornada do cuidado e nunca pela fidelidade confortável daqueles que pensam como nós e comungam dos mesmos valores e princípios que nós temos.


É vital se manter em uma posição de abertura com aqueles que pensam diferente de nós.

Do contrário, estaremos apenas falando e trabalhando para converter os líderes que já foram convertidos. Isso inclui abolir rótulos como retrógrados, imaturos e outros piores para aqueles que ainda não estão plenamente conosco.


Na intenção de conscientizar pessoas, podemos usar abordagens e palavras que afastam nossos interlocutores ao invés de atraí-los.


Pense nisso.

 
 

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