Gandhi deixou claro: “Você não pode mudar as pessoas, você precisa ser a mudança que deseja ver nos outros”.
Por tudo que já vivenciei, li e estudei sobre a mudança do comportamento das pessoas, estou convencido que profissionais de segurança do trabalho e líderes não mudam o comportamento das pessoas. As pessoas mudam se desejarem e quando quiserem.
Profissionais de segurança do trabalho e líderes conseguem mudar o ambiente, o contexto de uma organização, seus padrões, procedimentos e regras, o conteúdo e a forma de comunicação e outros aspectos da gestão, mas não as pessoas diretamente. Cada um, dentro de um novo cenário irá se comportar da forma que entender como razoável.
É vital entendermos isso para que não sejamos muito centralizadores e assumamos responsabilidades que não controlamos. Se trilhamos o caminho errado, não chegamos onde queremos. Se o nosso foco para a solução não estiver correto, iremos falhar em atingir o objetivo que desejamos.
Não somos capazes de mudar o que se passa na cabeça das pessoas. Mesmo um psicólogo ou um psiquiatra precisa mostrar, com todas as suas habilidades técnicas e/ou natas, um novo cenário ou ponto de vistas diferentes ao seu paciente para que ele decida trilhar um caminho novo. Não há como mudar o comportamento da pessoa, afinal ela tem o arbítrio sobre suas escolhas.
Existem inúmeras razões que influenciam a mudança do comportamento. A relação de ganho e perda em função de uma nova situação, a lei do mínimo esforço que está gravada no nosso código genético, a ausência de humildade para reconhecer um problema, a necessidade de investimentos (dinheiro, tempo e esforço) para transpor barreiras, o alto nível de responsabilização e protagonismo para alavancar o processo de mudança, a flexibilidade para admitir uma falha ou desvio na gestão, a zona de conforto que nos mantém parados. Enfim, uma série de fatores que de tão complexos, seria uma ingenuidade monstruosa pensar que alguém pode orientar esses fatores na cabeça de outra pessoa para uma mudança de comportamento.
Cada um pode fazer essa reorientação somente em si mesmo. Um líder ou profissional de segurança do trabalho pode, apenas, modificar o ambiente e o contexto ao qual as pessoas estão expostas. Desse novo contexto surgirá um novo comportamento.
Eu conheço pessoas que no sábado à noite estão em um bar, vestidas de acordo com o ambiente e se comportando de maneira extravagante, extrovertida e irreverente. No domingo à noite, estão na missa ou no culto e se comportam de forma completamente diferente, mais contidas e serenas, além de estarem em trajes muito mais sóbrios. Ou seja, num espaço de tempo de algumas horas, a pessoa pode oscilar seu comportamento em extremos apenas em função do ambiente e do contexto em que ela se encontra.
Essa variação extrema de comportamento não acontece por que a pessoa é volúvel, cínica ou pobre de caráter. Isso apenas mostra como nos comportamos de forma diferente em ambientes e contextos diferentes.
Na gestão de segurança do trabalho baseado no comportamento não é diferente. Para mudar o comportamento das pessoas, foque na mudança do ambiente e do contexto organizacional. Se o comportamento dos empregados ainda não é aquele que a empresa almeja, é preciso diagnosticar o que não está claro para eles. Há muito a ser avaliado: padrões, regras, relacionamentos, postura de chefes, valores organizacionais, política de consequência, engajamento em solução de problemas, atuação da equipe de segurança e etc.
O plano de ação a partir do resultado desse diagnóstico deverá ser construído com as equipes de operação e com os líderes.
Se está com esse tipo de problema na sua organização, precisamos conversar. A Do Safety® sabe como resolver.