Interdependência de Ferramentas

Vamos supor que em qualquer atividade todos os riscos são levantados, os controles efetivos são definidos, implementados e usados integralmente. Entenda “Atividade” como aquelas rotineiras, as não rotineiras, as de projeto e as administrativas. Logo, podemos supor que bastaria uma ferramenta de Análise de Riscos de Atividades para a prevenção de acidentes com pessoas e ambientais. Não precisaríamos de Bloqueio de Energia, Permissões de Trabalho, Gestão de Mudança e etc. Vamos só supor porque a realidade é diferente.

As pessoas irão falhar, mais cedo ou mais tarde. Equipamentos, sensores e ferramentas também irão falhar. Não entenda falhar como algo ruim, macabro ou malévolo. É pura estatística. E quando essas estatísticas se juntam de uma forma especial, o acidente acontece. Digo especial porque, no mundo real, um sensor pode falhar e nenhum acidente acontecerá. Podemos associar isso àquele conceito que define que um acidente não tem uma causa única, mas uma série de causas contribuintes.

Alguns líderes e equipes de SSMA, em geral, enxergam as ferramentas de SSMA atuando de forma isolada e burocrática. Existe uma interdependência entres as ferramentas. Elas cobrem as falhas uma das outras. Elas se completam. Enfim, existe uma razão sistêmica para uma atividade exigir a capacitação, a análise de risco, o bloqueio de energia e a permissão de trabalho. Gestão de Risco.

Quando falamos de risco, falamos de probabilidade de falha. Essencialmente, falha humana, afinal, de uma forma ou de outra tudo passa pelas mãos de seres humanos, desde o projeto até o uso. Mas lembre-se do seguinte: associar um risco à falha humana é tão útil quanto associar a queda à ação da gravidade. É uma verdade absoluta, mas não ajuda muito.

Para finalizar, precisamos ser pragmáticos e não esperar que o reflexo do ser humano seja mais rápido que a guilhotina. Identifique controles, implemente e monitore. Não tenha nada como garantido.

Um abraço,

Eduardo Machado Homem.