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Gestão de Segurança e as Fatalidades.

Atualizado: 8 de out. de 2020

“Antes de formar ou transformar, é preciso ser”. Essa frase é do filósofo e escritor alemão que usava o pseudônimo de Novalis e viveu no século 18. A razão de citar Novalis será entendida adiante.


É uma situação comum, apesar de trágica, observar empresas com reduzidas taxas de acidentes e sistemas de gestão robustos tendo que conviver com acidentes fatais em suas operações. O conceito da pirâmide de Bird define, em resumo, que trabalhando a base iremos prevenir acidentes graves, acidentes do topo da pirâmide. Por que empresas que trabalharam na base ainda convivem com acidentes fatais?


Algo que acontece na situação descrita acima e que coloca os gestores e dirigentes para pensar é o fato de, na maioria das vezes, os acidentes fatais acontecerem em atividades rotineiras e as causas estarem localizadas em temas exaustivamente trabalhados, melhorados e controlados. Acidentes, como sabemos, ocorrem em função da coincidência de uma série de fatores que interagem entre si, levando a uma série de acontecimentos que resultam na fatalidade.


A prevenção das fatalidades precisa ser trabalhada em comitê específico para isso. Precisam ser desenvolvidos esforços a partir da investigação de acidentes com alto potencial, ou seja, as causas daqueles acidentes que não tiveram consequências piores devido a um detalhe precisam ser investigadas com o máximo de detalhe. A partir de um processo de análise e avaliação de riscos, as atividades de alto risco devem ser elencadas. Os equipamentos e ferramentas envolvidos nessas atividades devem ser auditados de acordo com um padrão de operação e uso. Normas e padrões para essas atividades devem ser estabelecidas como um requisito mínimo a ser atendido e, novamente, auditado.


É claro que a aderência integral a esses padrões não se alcança de imediato, é necessário um planejamento de investimentos, treinamentos e indicadores de evolução. Nesse estágio, dizer que existem fatores humanos relacionados às causas das fatalidades é tão útil quanto dizer que a causa de uma queda é a força da gravidade. É uma verdade absoluta, mas não contribuirá para a investigação.


Esse artigo não trata daquelas fatalidades que acontecem por falta de gestão, ausência de investimento e negligência da direção. Este texto é dedicado às empresas sérias.

Finalmente, a frase: “Antes de formar ou transformar, é preciso ser”. O esforço para prevenção de fatalidades é exclusivo da liderança sênior da organização. A preocupação genuína com a vida dos empregados por esse comitê será refletido nas suas ações. Para transformar os valores da organização é preciso que esse comitê vivencie os valores, sinceramente. Antes da organização se transformar, ela precisa ser o que ela quer ver nos seus empregados. A prevenção de fatalidades é o caminho.


Um abraço,


Eduardo Machado Homem.


 
 
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