A foto acima deixou muita gente indignada nas mídias sociais. São duas vítimas fatais da queda da ciclovia no Rio de Janeiro. Não pretendo julgar as pessoas pela alegada e pretensa indiferença, mas pensar por que foram tão indiferentes, caso realmente tenham sido.
Somos indiferentes com aquilo que não tem valor para nós, seja financeiro ou sentimental. Acho improvável que aquelas pessoas não se importem com a vida das pessoas, a não ser que sejam psicopatas. Enfim, assumirei que se importam.
Outra maneira de sermos indiferentes a uma situação é tornando-a corriqueira, comum, normal ou parte da paisagem. Vejo essa como a única opção para essa foto. Nesses momentos, nós precisamos que alguém nos chame a atenção para o absurdo percebermos que passamos do limite e precisamos recuperar alguns valores. Entendo que esse seja o papel do fotógrafo dessa imagem.
Agora, trago a questão para dentro das empresas e penso como lidamos com os acidentes e suas consequências. Acidentes graves geram comoção, mas só por um tempo. A rotina atordoa a gestão da empresa e o acidente fica no passado. Com certeza, após acidentes graves ocorrem investigações e análises sérios e planos robustos são feitos. Depois, esperamos que seja suficiente para que não aconteça de novo e torcemos por isso. Mas infelizmente, um “novo” acidente ocorre e, nesses casos, a equipe gestora precisa perceber que o limite foi ultrapassado e uma atitude precisa ser tomada.
Não faço apologia à caça às bruxas e culpados ou à demissão de líderes. Ao pai que educa bem seus filhos, basta olhar ou falar “diferente” quando o filho passa dos limites. Se o pai achar que precisa agredir, o problema é o pai.
Finalmente, temos que nos manter atentos para a indiferença. Ela ocupa o seu lugar se deixarmos. Não seja indiferente e não se conforme. É o primeiro passo e os próximos estão focados na gestão e ação.
Um abraço,
Eduardo Machado Homem.