Eu pensei em escrever esse artigo em função de uma matéria que li no link abaixo. Está em inglês e acesse quando tiver uns 20 minutos. O texto é grande.
http://goo.gl/bdnzON
Se você trabalha com desenvolvimento de embalagens vale a pena ler e seguir o site.
Muitas pessoas separam o lixo orgânico do lixo reciclável em suas casas e, em geral, a lixeira do reciclável fica cheia mais rápido. Acredito que a maioria dos lares ainda não faz essa segregação e não dá para dizer que seja fruto da ausência de conscientização e educação para a reciclagem. A logística para esse processo é muito falha e menos de 5% do lixo reciclável é reaproveitado atualmente. Isso mostra que o lixo ainda não é visto como um potencial de receita. Minha opinião é de que a cultura do consumismo é uma barreira para o desenvolvimento da reciclagem, pois estrategicamente é um contrassenso ao consumo.
Se analisarmos as embalagens que temos em nossas casas, perceberemos que há um limitante bastante relevante na quantidade de reciclável que geramos em função do consumo das famílias. As marcas mais vendidas, apesar de não serem as mais caras, oferecem embalagens reduzidas e poderiam ser bem maiores. Além disso, se considerarmos o fato de usarmos produtos que são fornecidos no sistema de reenvase, haveria dúvida em relação à qualidade do produto. Para o reenvase, deve-se levar a embalagem até o fornecedor ou o fornecedor viria até o cliente para colocar mais produto na embalagem. Existe uma tendência de pensar que se o produto está em embalagem grande e tem um preço abaixo daquelas marcas mais conhecidas, o produto não deve ser bom. Esse conceito da valorização exacerbada das marcas vai além das roupas e dos itens supérfluos.
Uma embalagem bonita, com design diferenciado, rótulo colorido e uma boa “pega” venderá melhor o produto. Dependendo do produto, quanto menor a quantidade, maior a margem de lucro e maior a quantidade de embalagem. Não é preciso mencionar que envasar em embalagens menores gasta mais energia, mais água e etc. Enfim, uma série de motivos forçam as indústrias no sentido do uso de embalagens ambientalmente pouco amigáveis, apesar de existirem argumentos ambientais para o contrário.
Alguns alimentos perecíveis, como margarina, manteiga, sorvete, iogurte, leite, carne, bolachas e outros são difíceis de serem vendidos em embalagens grandes. Vai estragar antes de você consumir tudo, você perderá dinheiro e gerará maios lixo orgânico.
Uma dica: para ver se sua alimentação é saudável, veja a quantidade de alimentos em embalagens industriais em sua geladeira e dispensa. Quanto menor a quantidade desses itens, melhor. Prefira alimentos que não precisam de embalagens e/ou geladeira: verduras e vegetais frescos, arroz, feijão, batatas, frutas e etc. Muita embalagem significa, provavelmente, uma alimentação de baixa qualidade.
Tarefa: buscar fornecedores de produto de limpeza (casa e roupa) que vendem em embalagens grandes e reenvasam. Acredite! Se isso fosse uma tendência, as organizações se movimentariam nesse sentido. A questão é entender quem produz essa tendência. Em tempos de redes sociais, a resposta fica ainda mais difícil.
Experimente fazer a sua parte. Você não precisa fazer parte de ONGs ou cuidar de um jardim da cidade para ser um cidadão sustentável. Isso tudo é consequência de uma prática habitual da sua rotina. Sua rotina irá influenciar seu comportamento na sociedade. Dificilmente, o contrário acontece.
Um abraço.
Eduardo Machado Homem.